Cristãos da faixa de Gaza são forçados a se converter ao Islamismo
Dezenas
de cristãos moradores da Faixa de Gaza, em Israel, fizeram um raro
protesto público no começo desta semana. Eles reclamam que duas pessoas
foram convertidas à força ao Islã e estavam sendo detidos contra sua
vontade.
Os manifestantes bateram em um sino de igreja e cantaram: “Com o
nosso espírito, com o nosso sangue, vamos nos sacrificar por você,
Jesus”. A manifestação pequena, mas barulhenta, mostrou a situação cada
vez mais desesperadora que enfrenta a minoria cristã naquela região
controlada pelo grupo religioso-político Hamas.
Desde que o Hamas tomou o poder da Faixa de Gaza, há cinco anos, os
cristãos viram seus direitos serem cada vez mais atacados, mas a
maioria ficou em silêncio. Há temores entre os cristãos de Gaza que sua
comunidade em breve poderá desaparecer devido à imigração e conversões
forçadas.
Segundo estimativas da comunidade, o número de cristãos parece ter
encolhido nos últimos anos, passando de cerca de 3.500 para apenas
1.500. Atualmente, estima-se que vivem 1,7 milhão de palestinos em
Gaza, todos muçulmanos.
“Se as coisas continuarem assim, não mais haverá cristãos em Gaza”,
disse Huda Al-Amash, mãe de Ramez, 25, um dos convertidos. Ela
sentou-se, chorando no corredor da igreja, ao lado de suas filhas, e
Ranin Rinad, e mais uma dúzia de outras mulheres. “Hoje é Ramez. Então,
quem, e quem será o próximo?”, perguntou ela à reportagem.
A religião está fortemente entrelaçada com a identidade das pessoas
naquela região. Converter-se muitas vezes significa ser excluído da
comunidade. Os dois convertidos, o jovem Ramez Al-Amash, e a dona de
casa Hiba Abu Dawoud, 31, não foram encontrados para comentar o
assunto.
A polícia de Gaza diz que os dois estão com um oficial religioso
muçulmano a pedido dele, por temerem a reação de suas famílias por eles
terem se convertido ao Islã. Hiba teria levado consigo as três filhas.
A conversão forçada ao Islã não é um fenômeno novo em Gaza, mas os
protestos públicos de cristãos são raros. Labib Nabanat, coordenador
das Sociedades Bíblicas israelense e palestina, disse à CBN News.
“Esta não é a primeira vez que isso aconteceu… Mas nunca antes foi
visto um protesto público de cristãos, o que significa que eles
chegaram a um ponto de desespero terrível.”
Nabanat diz que, geralmente, o processo é o mesmo. Primeiro, ocorre
o súbito desaparecimento do(s) indivíduo (s) por um período prolongado
de tempo, sem que haja alguma notícia ou informação sobre ele(s). Em
seguida, ocorre um anúncio repentino de que ele se converteu ao
islamismo. Depois, eles podem reaparecer cercados de pessoas armadas
como “proteção”.
Nabanat lembra que o último caso de repercussão foi em outubro de
2007, quando radicais islâmicos seqüestraram e assassinaram Rami Ayyad,
26, que trabalhava na única livraria cristã de Gaza, fundada pela
Sociedade Bíblica Palestina em 1999. Seu corpo, com várias facadas e
buracos de bala, foi encontrado não muito longe da livraria poucos dias
depois.
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