O Ministério Público Estadual de São
Paulo abriu investigação para apurar a realização de eventos religiosos em vias
públicas. Para eles é necessário limitar grandes encontros porque eles causam
congestionamento no trânsito e emitem excesso de ruído.
Nesse domingo (6) a Igreja Mundial do Poder de Deus vai usar a Praça Campo de Bagatelle, na
zona norte, para realizar o evento “Dia do Grande Desafio” que deve reunir
cerca de 1 milhão de pessoas. Para receber essa quantidade de pessoas a Avenida
Santos Dumont será interditada.
O promotor de Justiça Mauricio Antonio
Ribeiro Lopes acredita que eventos como esse não podem acontecer sempre. “Vamos
ceder espaço público todos os dias para uma determinada religião? Neste fim de
semana, por exemplo, já teremos a Virada Cultural. É muita coisa.” No dia 1º de
maio a mesma praça foi usada por centrais sindicais para comemorar o Dia do
Trabalhador reunindo ali cerca de 50 mil pessoas.
O MPE abriu processo recentemente
contra o Município de São Paulo, o Prefeito Gilberto Kassab (PSD) e contra o
pastor José Wellington Bezerra da Silva pela realização do evento em
comemoração aos 100 anos da Assembleia de Deus no Estádio do Pacaembu.
Em sua defesa Kassab alega que a
legislação permite sim que o Estádio Municipal seja usado para eventos. “A
legislação permite a utilização do Pacaembu para eventos. O importante é que as
regras sejam respeitadas. E foram”, disse o prefeito que prometeu apresentar à
Justiça “suas razões” para permitir não só esse evento como também outra
concentração religiosa promovida no Pacaembu pela Igreja Universal do Reino de Deus.
Para o pastor Rubens Teixeira a ação do
MPE de querer limitar apenas eventos religiosos pode ser na verdade uma
perseguição contra os evangélicos brasileiros. “Se o Ministério Público
Estadual de São Paulo quiser limitar todos os eventos em vias públicas:
religiosos, sindicais, culturais, esportivos, etc, pode ser algo razoável.
Contudo, querer impedir apenas eventos evangélicos é uma clara perseguição
religiosa contra os brasileiros evangélicos”.
Teixeira lembra que muitos dos eventos
que acontecem em vias públicas possuem fins comerciais, ou são esportivos,
culturais e etc. “Porque estes não são questionados? Será que é verdade que o
interesse econômico fala mais alto mesmo até em instituições que deveriam
proteger direitos individuais? Por enquanto, se for uma medida que afetaria
apenas eventos evangélicos e religiosos de um modo geral, estou acreditando que
se trata de iniciativas desastradas e odiosas individuais de alguns membros do
MPE que estejam se utilizando da investidura dos seus cargos públicos para
fazer valer a sua vontade como cidadãos, o que já é um desastre”, diz ele em
entrevista ao site Holofote.net.
Nenhum comentário:
Postar um comentário