Hoje já somam cerca de 10 mil fiéis espalhados por algumas cidades do país com predominância no eixo Rio/São Paulo, onde o número de igrejas é maior e vem crescendo a cada dia mais.- Confira e comente…
Igrejas voltadas predominantemente para público gay tem crescido. Elas são encaradas pelas minorias como um refúgio para a livre prática da fé e estão crescendo em ritmo acelerado.
Estimativas feitas por especialistas a pedido da BBC Brasil mostram o crescimento das igrejas conhecidas como inclusivas. Hoje já
existem pelo menos dez diferentes congregações de igrejas “gay-friendly” no Brasil, com mais de 40 missões e delegações pelo país.
Elas se concentram nas regiões metropolitanas, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo e somam cerca de 10 mil fiéis, o que corresponde a 0,005% da população brasileira.
Seu público abrange pessoas de diversos níveis sociais, sendo 70% compostos por homens.
O número de igrejas e fiéis das igrejas inclusivas ainda é pequeno se comparado ao de católicos e evangélicos tradicionais, mas representa a força que essas denominações ganharam com o surgimento de políticas de combate à homofobia. Segundo especialistas esse crescimento demonstra que o preconceito também diminuiu.
De acordo com dados do IBGE, hoje há 60 mil casais homossexuais no Brasil. Mas grupos militantes afirmam que esse número é bem maior, estimado entre 6 e 10 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fátima Weiss, que estuda e mapeia as igrejas inclusivas, há dez anos havia uma única igreja desse perfil com sede fixa no Brasil.
Segundo os líderes de algumas denominações inclusivas, a estimativa é que o número de fiéis dobre nos próximos cinco anos.
“Com um discurso que prega a tolerância, essas igrejas permitem a manifestação da fé na tradição cristã independente da orientação sexual”, disse Weiss à BBC Brasil.
Nas igrejas tradicionais, os gays são obrigados a esconder sua orientação sexual e, quando “descobertos”, geralmente são obrigados a se afastarem as atividades da igreja ou se converterem e se tornarem heterossexuais.
“Segundo a Bíblia, homossexualidade é pecado. Na igreja evangélica, gay só entra caso queira se converter e, para isso, tem de se tornar heterossexual. É uma regra de Deus”, argumentou o Pastor Silas Malafaia, em entrevista à BBC Brasil.
A principal diferença das igrejas inclusivas para as cristãs tradicionais é a tolerância a homossexualidade. A maior parte delas segue a tradição cristã, pregando, inclusive, o celibato antes do casamento e a monogamia após o matrimônio. Apesar disso, ainda não são reconhecidas oficialmente nem por católicos, nem por evangélicos.
As primeiras igrejas inclusivas no Brasil surgiram na década de 90. Inicialmente, eram realizadas apenas pequenas reuniões e sob sigilo.
Já nos Estados Unidos, elas existem há pelo menos 40 anos, praticando o que chamam de “teologia inclusiva”, que prega a tolerância à diversidade.
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