Em um documento intitulado “Orientação sobre a participação dos católicos nas eleições”, distribuído na última semana, líderes da Igreja Católica no Brasil orientam os fiéis a eliminar do pleito “os candidatos cuja vida pregressa de acordo com a lei (da Ficha Limpa) contamina o cenário político e ameaça a democracia”.
De acordo com o jornal Tarde on-line, o documento foi distribuído pela Arquidiocese através do arcebispo-primaz do Brasil e de Salvador, dom Murilo Krieger. Assim, a igreja propõe ao seu rebanho e aos eleitores em geral que não venda seu voto e nem o anule, pois quem anula o voto “omite-se e renuncia à possibilidade de participar do processo político”.
Pedindo uma “atenção especial” à “propaganda enganosa, e à oferta de dinheiro ou favores que visem enganar o eleitor”, um dos principais alertas da Igreja é para que o eleitor “avalie, com cuidado, as campanhas dos candidatos, a quantidade de dinheiro gasto e as promessas feitas. Verifique se eles terão condições de cumprir o que estiverem prometendo”.
Dom Murilo explicou que as orientações foram preparadas pelo Conselho Presbiteral da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, com base na mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) “Eleições municipais de 2012” e que terão ampla divulgação.
“A ideia é que os padres incentivem a leitura e a reflexão nos vários grupos. Enfim, queremos que todos tomem consciência, pois estamos preocupados com o seguinte: diante do que aparece na mídia sobre os políticos há o perigo das pessoas descrerem da política, acharem que é uma coisa ruim, quando ela é a arma do cidadão para se defender da corrupção. Se há corrupção é porque a escolha dos candidatos foi errada de quem os elegeu”, declarou o Arcebispo.
Ele disse ainda que além da tomada de consciência em relação à escolha dos candidatos, o eleitor precisa acompanhar de perto os mandatos de quem elege. “As pessoas devem acompanhar, se manifestar, elogiando quando uma coisa é bem feita ou reclamar das coisas erradas, através de e-mails e os vários meios de comunicação”, alertou.
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