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terça-feira, 17 de maio de 2011

Suicídio de pastor em Alagoas levanta a questão da formação pastoral


O pastor Cosmo Rocha dos Santos, de 33 anos, da Igreja Evangélica Pentecostal Coluna de Fogo, foi achado morto por enforcamento, na tarde desta quinta-feira, 7, na própria residência, onde também funciona o templo.
A polícia trabalha com a hipótese de suicídio se baseando no relato da esposa do pastor, a doméstica Maria José Neves dos Santos, de 39 anos, que revelou aos policiais que seu esposo apresentava problemas mentais e estava em tratamento com psiquiatra, inclusive à base de medicamentos controlados.
“O corpo foi encontrado de joelhos sobre a cama nas dependências da igreja, com um fio de telefone envolta do pescoço”, contou o sargento Cícero Manoel, do Batalhão de Policiamento de Guarda (BPGd).
A notícia chocou os moradores do conjunto Village Campestre 2, em Alagoas, onde o pastor morava. Os frequentarodes da igreja também ficaram abalados, pois o líder era considerado um homem tranquilo
notícia do suicídio do pastor Cosmo Rocha dos Santos, de 33 anos, levantou uma discussão na capital alagoana sobre a falta de preparação e de critérios necessários para que uma pessoa seja recebida como pastor e possa “abrir” uma igreja.
Não só em Alagoas, mas em todo o Brasil, o crescimento de igrejas evangélicas é visível assim como também presenciamos o crescimento do número de auto-intitulados pastores.
Em cada esquina de Maceió há uma placa diferente, mas para uma entidade religiosa funcionar dentro dos padrões legais, no entanto, é necessária a criação de uma legislação interna, estatuto e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Além disso, o líder deve ter formação em Teologia, ser filiado a uma convenção de sua classe e ser aceito pela maioria dos fiéis através de assembleia pública feita durante uma das reuniões.
Mas essas exigências são geralmente ignoradas pela maioria dos ministérios abertos em todo o Estado. A reportagem do Alagoas24horas apurou que não existe nenhuma entidade responsável pela fiscalização do funcionamento desses templos ou da atuação dos seus pastores.
A Ordem dos Pastores de Alagoas (OPEAL) presta assistência emocional e espiritual aos pastores formados e também fiscaliza os pastores que já trabalham nas igrejas. Jorge Sutareli, diretor da ordem, informou ao portal Alagoas 24horas que eles buscam informações sobre o líder, onde foi ordenado, seu credenciamento e quem o consagrou.
A Secretaria Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) não consegue dar o número exato de templos clandestino, mas tenta controlar e fiscalizar não só as igrejas como todo o que diz respeito ao convívio urbano.
De acordo com superintendente da SMCCU, Galvaci de Assis , o crescimento acelerado de igrejas não permite que um número exato seja estabelecido e também não há mecanismos que inibam o aumento de templos. “Não há como inibir o surgimento de novas igrejas, mas estamos fiscalizando todas que encontramos, solicitando inclusive o alvará de funcionamento”, frisou ainda o secretário.
A problemática levantada se refere ao despreparo de muitos destes líderes espirituais. Cosmo, por exemplo, tentou suicídio outras três vezes sem sucesso, até que na semana passada foi encontrado morto dentro de sua casa, onde também funcionava a Igreja evangélica Pentecostal Coluna de Fogo, localizada na periferia de Maceió.

Fonte: Alagoas 24 Horas

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