Mais duas cores poderão tingir o arco-íris, símbolo do movimento gay, na 16ª Parada do Orgulho LGBT, em outubro, na Praia de Copacabana: o azul-escuro e o cáqui. O governador Sérgio Cabral liberou PMs e bombeiros homossexuais para participarem do desfile junto aos milhares de gays, lésbicas, travestis e transexuais, inclusive usando fardas, patrulhas das polícias Civil e Militar e carro do Corpo de Bombeiros. A autorização foi dada ontem no lançamento da campanha Rio sem Homofobia.
“Da minha parte, estão todos liberados para sair na próxima passeata. Podem botar o carro do Corpo de Bombeiros, das polícias. Nenhum problema. O amor não deve ser razão de nenhum tipo de discriminação”, discursou o governador, que recebeu centenas de representantes do movimento gay no Palácio Guanabara.
A iniciativa dividiu opiniões. O coronel da Polícia Militar Paulo Ricardo Paúl, fundador do Grupo dos Barbonos, que reivindica melhorias para a corporação, disse que Cabral“pagou um mico sem tamanho”.
“Ele desconhece profundamente a legislação ou está emocionalmente desequilibrado. Temos impedimento legal para participarmos de manifestações armados, fardados e com viaturas. Já pensou um caveirão na parada com todo mundo dançando em volta?”,comentou Paúl.
PRECONCEITO QUE FREIA
O coronel não vê problema em militares gays participarem de desfiles do movimento LGBT, desde que em trajes civis e nas folgas, e afirmou que o governador deveria se ocupar mais com as reivindicações das duas categorias.
O presidente do Grupo Arco-Íris, Julio Moreira, acredita ser importante que o chefe do Executivo estadual incentive o combate à homofobia, ainda mais em duas corporações onde muitos não saíram do armário por causa do forte preconceito.
“O governador agiu em prol da cidadania. Mas acho difícil que os militares consigam ir fardados na parada. Até lá vamos ter que aprimorar os debates”, prevê Julio.
Travestis terão crachá com o nome feminino no serviço público estadual
A campanha Rio sem Homofobia ganha as ruas hoje, Dia Mundial de Combate à Homofobia. Além da grande publicidade — orçada em R$ 4 milhões, como antecipou ontem o colunista Bruno Astuto, de O DIA —, foi lançado Caderno de Ações e Metas com 125 iniciativas a serem executadas em diversas áreas, como saúde e segurança.
A rede de atendimento jurídico e psicossocial a homossexuais, que ocorre nos Centros de Referência e Proteção da Cidadania LGBT na Central e em Friburgo, será ampliada. Mês que vem, serão inaugurados dois em Caxias e Campo Grande.
Dia 28, Dia do Orgulho Gay, será assinado decreto que reconhece o uso de nomes femininos por travestis e transexuais nas repartições públicas estaduais. Hoje o Disque-Cidadania LGBT (0800-0234567) passa a atender 24 horas. Informações no site.
Polo de saúde para LGBTs na Z. Oeste e comissão para receber denúncias
A campanha prevê também a criação de polos de Saúde Integral a LGBTs vítimas de discriminação e/ou violência homofóbicas na Zona Oeste e no Centro. O primeiro será aberto no Hospital Pedro II, em Santa Cruz. O serviço irá funcionar 24 horas.
Para garantir a punição para práticas preconceituosas contra gays, haverá uma comissão vigiando o cumprimento da Lei 3.406/2000, que penaliza estabelecimentos comerciais que discriminem clientes devido à sua orientação sexual. O grupo receberá denúncias e vai acompanhar sua apuração.
Orientações para a polícia
Em dezembro, o Ministério da Justiça lançou a cartilha da Atuação Policial na Proteção dos Direitos Humanos de Pessoa em Situação de Vulnerabilidade, a ser distribuída a todas as polícias do País, mas que ainda não chegou ao Rio. Nela, há orientação de como agir com o público LGBT.
A abordagem de travestis e mulheres e homens transexuais segue critérios diferentes. O policial deve respeitar a identificação da pessoa conforme a vestimenta e usar termos femininos como "ela", "dela", "senhora", se a pessoa estiver vestida como mulher, e vice-versa.
“NINGUÉM QUER TER UM FILHO HOMOSSEXUAL”, DIZ EDMUNDO
O ex-jogador de futebol Edmundo causou polêmica ontem depois da divulgação de entrevista concedida ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’. Ao ser questionado sobre a opção sexual de seu filho Alexandre, fruto de breve relacionamento com Cristina Mortágua, o atual comentarista de esporte da Band opinou que “ninguém quer ter um filho homossexual”.
“Ele (Alexandre) nunca me falou: "Pai, sou gay". Mas claro que não sou idiota, ele tem aparência total. E vi a mãe dele falando na TV. Mas não muda nada. Respeito e admiro igualmente. Tenho muitos amigos gays. Mas é claro que quando é com o outro é mais fácil, mais legal. Quando é na nossa família fica mais difícil. Por mais que não seja preconceituoso, ninguém quer ter um filho homossexual, até pelo preconceito que ele vai sofrer. Respeito a opção sexual, mas quero que ele tenha um comportamento íntegro na sociedade”, disse Edmundo na entrevista. “Ele pode ser gay, mas que tenha uma postura. Já viu quando você está numa festa e chega uma bicha querendo aparecer? Exagero não é legal”, completou.
O ex-jogador explicou como engravidou a ex-modelo: “Sempre gostei pra caramba de mulher. Até mais do que deveria. Mas quando maria-chuteira se aproveitava de mim, eu me aproveitava dela também. Acho até que, de verdade, tive pouco filho fora do casamento. Eu era recém-casado com minha ex-mulher e, durante uma noitada, engravidei a mãe do Alexandre. Não tivemos um relacionamento”. Em fevereiro, Alexandre prestou queixa de agressão na 16ª DP (Barra) contra Mortágua, que acabou presa por suspeita de desacato, resistência e injúria, pois agrediu uma delegada.
O ex-craque se descreveu como um “homem puro” e “ingênuo” e contou que seu destempero em campo era reflexo de problemas familiares: seu irmão, que foi assassinado, era viciado em cocaína.
Fonte: http://www.odia.com.br/
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