O novo presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Raymundo Damasceno Assis, disse ontem que a ascensão social de quase 30 milhões de pessoas nos últimos anos as tornou mais “críticas”.
Por conta disso, disse, a presença evangélica na população do país teria caído.
“Elas começam a ler mais, a estudar mais, e por isso são mais críticas em relação a muitas posturas hoje na sociedade”, afirmou, após o encerramento da 49ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).
D. Raymundo Damasceno Assis não soube precisar a fonte das informações, mas afirmou que a nova classe média, ao mesmo tempo em que se afastou das igrejas evangélicas, se aproximou da Igreja Católica.
Segundo o Datafolha, a população católica perdeu fieis na última década, enquanto a população evangélica cresceu.
Ontem, ao tomar posse como presidente da CNBB pelos próximos quatro anos, ele assumiu como principal desafio fortalecer o papel missionário da Igreja Católica no país.
D. Raymundo Damasceno Assis disse que as paróquias precisam sair do “comodismo” e buscar fieis.
Atualmente, o principal alvo da Igreja Católica são os jovens. Uma das estratégias para conquistá-los é o uso da internet e das redes sociais, como defendeu o cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, em entrevista durante a assembleia.
Já d. Raymundo Damasceno aposta fichas também na escolha do Brasil para sediar a jornada mundial da juventude em 2013, que terá a presença do Papa Bento 16.
CONCILIADOR
Segundo bispos ouvidos pela reportagem, a escolha de d. Raymundo Dasmasceno como presidente da CNBB se deu principalmente por seu perfil conciliador.
Questionado pela Folha sobre o governo Dilma Rousseff, ele afirmou que avalia positivamente a gestão dela e a caracterizou como uma pessoa “discreta”, que só aparece “nos momentos mais importantes”.
“São personalidades diferentes”, disse, ao ser questionado se a afirmação era uma crítica ao ex-presidente Lula.
O presidente da CNBB não quis comentar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que equiparou a união civil homoafetiva à heterossexual, na semana passada.
D. Raymundo Damasceno Assis afirmou que sua opinião era a mesma que a explicitada pela CNBB em nota. A entidade disse que o Supremo ultrapassou “os limites de sua competência” e que a decisão cabia ao Congresso.
Fonte: Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário