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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A BBC deixa de usar a.C. e d.C. como referências históricas, Vaticano critica



A BBC, maior emissora de televisão do Reino Unido decidiu que não usará mais as siglas a.C e d.C (antes de Cristo e depois de Cristo) para se referir aos anos em sua programação. A BBC utilizará o termo “Era Comum”, mais abrangente. A decisão da emissora visa não ofender outras religiões.
O Vaticano se manifestou criticando a decisão da emissora, afirmando que a decisão de abandonar as siglas é uma “hipocrisia historicamente insensata”, fazendo menção às tentativas anteriores de se abandonar esse calendário, como na época da Revolução Francesa, ou durante o comunismo de Lenin e o fascismo de Mussolini. A essas tentativas, o Vaticano se referiu como sendo “péssimos antecedentes”.
O jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, publicou artigo sobre o assunto, e se referiu à iniciativa da BBC como uma ação que visa “cancelar” qualquer vestígio do cristianismo na cultura ocidental. “Muitíssimos não cristãos disseram que não se sentem ofendidos pela datação tradicional antes de Cristo, aC, e depois de Cristo, dC. O que está bem claro é que o respeito a outras religiões é só um pretexto, porque o que se procura é cancelar qualquer planta de cristianismo da cultura ocidental”, afirmou o jornal católico.
Embora a BBC tenha optado por apenas modificar as siglas que se referem ao calendário, sem modificar as datas, o Vaticano se referiu ao fato como um “gesto hipócrita”. O artigo divulgado ontem, 04/10, ressalta que “negar a função historicamente revolucionária da vinda de Cristo à Terra, aceita também por quem não lhe reconhece como filho de Deus, é uma estupidez do ponto de vista histórico, e sabem disso tanto os judeus quanto os muçulmanos”.
O jornal católico afirma que o nascimento de cristo marca o surgimento do conceito de que todos os seres humanos são iguais, e por isso, o calendário divide o tempo em antes e depois dele, e que seria impossível negar que os “princípios que regem os direitos humanos são baseados nos princípios cristãos”. O artigo encerra as críticas à BBC afirmando que “não há nada mais insensato e que vá contra a história. Não é questão de fé, mas de razão. Judeus e Muçulmanos entendem isso claramente”.

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