Por Leonardo Gonçalves
A palavra “Maranata” (1Co 16.22) deriva-se da junção de duas palavras na língua aramaica, que unidas significam “o Senhor vem” ou “Vem, Senhor”. Na época do Velho Testamento, o Rei viajava para fazer justiça. Um mensageiro do rei ia adiante dele tocando a trombeta e advertindo o povo: “O Rei está vindo, Maranata!” Aqueles que esperavam por justiça desejavam a vinda do Rei. O povo da terra a ser visitada preparava-se para sua chegada, limpava e reparava os caminhos, demonstrando assim obediência e desejo de agradar ao Rei. A palavra parece ter sido usada como uma “senha” entre os cristãos da igreja primitiva em meio às perseguições, e provavelmente foi neste sentido usada pelo Apóstolo Paulo.
O uso da palavra entre os cristãos para identificar-se faz alusão à forte crença da igreja primitiva que esperava um retorno de Cristo literal. Esta crença estava tão presente nos dias dos primeiros cristãos, que Lucas registra em Atos dos Apóstolos:
“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. (Atos 1.9-11)
Há ainda muitos outros textos que mencionam a vinda de Jesus e a esperança do crente (Mt 16.27; Lc 21.27, 34-36; 1Co 1.7,8; 1Ts 5.23; 1Tm 6.14). De fato, este era o evento mais aguardado pelos primeiros cristãos e a percepção da realidade deste evento e sua proximidade era uma espécie de combustível para aquela igreja. “Eis que ele vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, inclusive aqueles que o transpassaram”, escreve o apóstolo João em Apocalipse. (Ap 1.7). Foi este mesmo apóstolo que registrou as alentadoras palavras do mestre:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14.1-3)
Nada disso é novidade para o leitor da bíblia. Crer na segunda vinda de Jesus é um pilar básico do cristianismo sem o qual é impossível se identificar como cristão. Sei que a vasta maioria dos nossos leitores crê realmente na vinda de Cristo. Então, por que enfatizar deste modo a doutrina acerca da Segunda Vinda?
O que acontece é que o senhor Ricardo Gondim, um homem que se diz pastor, e que portanto deveria ser arauto de Deus e tal como o mensageiro do rei que foi descrito no primeiro parágrafo, anunciar o retorno do Salvador, chafurdou de vez na heresia e negou a realidade da vinda de Jesus, relativizando-a, chamando-a de utopia, e assim enveredou de vez no terreno dos falsos profetas. Para tal façanha, ele recorreu aos escritos de um apóstata alemão chamado Jurgen Möltmann, escatólogo de linha liberal do século XX. O pior de tudo é que ele fez isso em um congresso para pastores da Betesda, o que me leva a crer que esta igreja está se transformando em uma fábrica de hereges. A prova da incredulidade do sr. Gondim pode ser vista no vídeo à seguir:
Acerca deste acontecimento, o pastor Renato Vargens, escritor, palestrante e colunista deste blog, escreveu em seu blog pessoal: “o pastor da Assembléia de Deus Betesda adentrou por caminho de liberalismo teológico e apostasia”. “Negar essa doutrina é a perda do maior referencial de esperança da igreja. É levar a fé a um ponto de letargia que para nada mais serve”, disse o pastor Geremias do Couto, escritor, palestrante e teólogo pentecostal ontem no twitter.
Amigos, eu bem poderia escrever-lhes sobre a espúria teologia de Moltmann, mas deixarei isso para outra ocasião. Neste momento, basta dizer que a citação direta do texto de Moltmann e a aprovação da sua “Teologia da Esperança” (pois assim se chama o seu famoso livro de escatologia com tendências idênticas àquelas propostas pelo teísmo aberto ou teologia do processo), é a prova cabal de que Gondim há tempos deixou de beber nas fontes sagradas para embriagar-se das heresias de Charles Hartshorne, Jurgen Moltmann, Overback, etc. Gondim definitivamente trocou Jesus por Nietzsche, Paulo por Karl Marx, Pedro por Clark Pinnock e o céu pela terra.
Quanto à medonha afirmação de que o céu é uma utopia e que o Reino de Deus é apenas uma revolução realizada pelo homem neste mundo, deixo ao pastor Ricardo às palavras de Paulo em 1Coríntios 15.19:
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”.
Gondim, acorda! Você foi ordenado para ser arauto do rei, e não porta-voz do inferno!
Maranata.
Púlpito Cristão
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