O ex-bispo da Igreja Universal Jorge Coelho da Cunha entrou com ações judiciais na Bahia e em Pernambuco para reaver três emissoras de rádio que, segundo ele, teriam sido tiradas dele por meio de procuração falsa.
Cunha rompeu com a IURD em 2002, depois de 10 anos sendo o bispo responsável pelos trabalhos no nordeste do país.
De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, a cota que o ex-bispo tinha nessas rádios foi vendida por meio de um documento de um procurador assinado pelo advogado Marcelo de Lima Brasil, que presta serviços jurídicos à igreja.
Esse advogado teria assinado as transferências em juntas comerciais da Bahia e de Pernambuco se apresentando como procurar do ex-bispo e da ex-mulher dele.
Procurado pela reportagem da FSP o advogado disse que não se lembrava dos processos e nem sabe se eles “existiram”. E ainda afirmou que, caso tenha sido “alguma coisa de cliente”, “existe o sigilo” e a “ética profissional” que o impedem de falar.
Jorge da Cunha afirma na Justiça que demorou a reivindicar a retomada das rádios porque teria sofrido perseguição religiosa. Disse que, após o rompimento, viu-se forçado a deixar o país, e morou por cinco anos nos Estados Unidos.
A Folha tentou entrar em contato com a advogada da Universal, Simone Galhardo, que respondia interinamente pela diretoria jurídica, disse que a igreja não é parte no processo. O bispo Edir Macedotambém não aparece como réu.
Esse não é o primeiro processo envolvendo ex-líderes da IURD e propriedades de radiodifusão. Em 2007, a Justiça do Rio condenou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) a pagar R$ 1,5 milhão ao ex-bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, referente a ações da TV Cabrália, de Itabuna (BA), depois de uma sociedade desfeita.
Outro processo parecido corre em Santa Catarina, onde o ex-bispo Marcelo Nascente Pires tenta anular a transferência de ações das TVs Itajaí e Xanxerê. Em outra ação em Curitiba (PR), ele acusa dirigentes da igreja de fraude.
Folha de São Paulo
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