Para camuflar o serviço e não despertar a desconfiança dos agentes penitenciários e policiais militares de plantão, os detentos criaram uma espécie de pasta com papel higiênico, creme dental, cola branca e raspas da própria parede do presídio para ter a mesma coloração das celas. Com a química pronta, eles reencaixavam os pedaços que iam sendo quebrados, como se montassem um quebra-cabeças. Os presos aproveitaram a pregação de um pastor evangélico para concluir o buraco que ligava o corredor à parte externa do pavilhão, no início da tarde de ontem. Enquanto os cânticos e louvores eram entoados, as serras artesanais nas mãos dos apenados, trabalhavam com fervor.
"Um policial militar que estava como sentinela percebeu o barulho das serras e chamou os agentes penitenciários que logo confirmaram que o buraco estava sendo feito. Mas daqui eles não fogem. Isso eu garanto", confirmou o diretor do complexo, Sidcley Barros. Logo após a descoberta do esquema, o diretor determinou que a abertura fosse fechada com cimento e tijolos.
Numa revista feita após os presos serem recolhidos para outra ala do presídio, foram encontradas três facas artesanais no ralo do banheiro da cela quatro, cobertas por areia. Segundo os agentes, os presos possivelmente usariam as armas para cometerem crimes logo após ganharem as ruas.
De janeiro até ontem, os agentes penitenciários do presídio recolheram cerca de 30 aparelhos de telefonia celular, 6 chips, mais de uma dezena de facas e furadores artesanais, 6 maricas (cachimbos artesanais para consumo de crack), 6 carregadores de celular, 3 martelos artesanais e pelo menos quatro baterias de celular. Segundo o diretor, as revistas na unidade são constantes.
Fonte: Tribuna do norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário