Após o mal estar provocado pelas declarações de Gilberto Carvalho, Secretário Geral da Presidência da República, no Fórum Social em Porto Alegre, criticando as igrejas evangélicas, agora quem ataca é José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil.
Em mensagem postada no seu blog pessoal, intitulada “O desserviço que o preconceito impõe à democracia”, o influente político criticou “setores” evangélicos, sem nomeá-los diretamente. Também defendeu o chamado “kit gay”, proposto pelo então ministro da Educação Fernando Haddad, agora candidato à Prefeitura de São Paulo.
Dirceu escreveu: “Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e da homossexualidade. Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva. Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social”.
Chama atenção o uso dos termos “patrulhar”, “violência”, “chantagem”, “preconceituosa” e “repressiva”. Aparentemente, a aproximação da bancada evangélica, proposta pela presidente Dilma, não tem o apoio de todo o partido.
Mesmo oficialmente sem um cargo no governo, o deputado cassado e chamado de “mentor do mensalão”, José Dirceu exerce grande influência dentro do Partido dos Trabalhadores.
Em fevereiro, Dirceu defendeu enfaticamente em seu blog o movimento homossexual e o “direito da mulher decidir sobre seu corpo”, para falar sobre o aborto.
A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) divulgou nota no dia seguinte, agradecendo a Dirceu “por sua firmeza contra a discriminação e preconceito com os homossexuais”.
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