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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ciência tenta explicar fatos narrados na Bíblia Sagrada e encontra indícios de que foram reais

Ciência tenta explicar fatos narrados na Bíblia Sagrada e encontra indícios de que foram reais
Pesquisadores diversos ao redor do mundo se debruçam sobre as narrativas bíblicas para, através da ciência, comprovar os relatos ou desmistificá-los. Dentre os eventos que mais intrigam os céticos estão a destruição de Sodoma e Gomorra, a caminhada de Jesus sobre as águas e as dez pragas do Egito.
O portal Cracked reuniu cinco teorias científicas que tentam explicar acontecimentos bíblicos sob a perspectiva da ciência e, com a combinação de muitas possibilidades, certificam que as narrativas podem ser reais.

Davi x Golias

O filisteu, descrito como um gigante, foi derrotado pelo então pastor de ovelhas israelita com uma pedra e uma lança, que funcionava como um estilingue. No livro “David And Goliath: Underdogs, Misfits, And The Art Of Battling Giants” (“Davi e Golias: Azarões, Desajustados e a Arte de Lutar Contra Gigantes”, em tradução livre), o jornalista Malcolm Gladwell explica que há pistas nos versículos que falam sobre o confronto que levam a entender que Golias sofria de acromegalia, uma doença da glândula pituitária característica de pessoas muito grandes.
O fato de que Golias ia ao campo de batalha levado por um assistente, de acordo com a Bíblia, pode ser uma prova de que o filisteu sofria de acromegalia, pois a doença causa perda de visão. Essa teoria é reforçada por uma fala do próprio gigante, que quando vê Davi, zomba: “Sou eu algum cão, para vires a mim com paus?”. Como Davi portava apenas uma vara de pastoreio, é provável que sofresse de visão dupla, outra característica do transtorno.
Por fim, a forma como Davi derrotou Golias, com uma pedrada disparada com seu “estilingue” contra a testa do gigante, também pode ser comprovada. Para Gladwell, as pedras usadas por Davi tinham “duas vezes a densidade das pedras normais” devido à composição química das rochas na área do vale de Elah, e ele as estava disparando com uma arma que tinha o “poder de parada de um revólver calibre .45”, e a pedrada certeira, entre os olhos, derrubaria qualquer um.

Jericó, Sodoma e Gomorra

Jericó caiu quando os israelitas, liderados por Josué, conquistaram a terra prometida após o rio Jordão a seco. Por dias, marcharam com a Arca da Aliança em torno da cidade, tocando trombetas, até que no sétimo dia os muros da cidade caíram.
Os cientistas apontam que a causa da queda pode ter sido um terremoto, pois Jericó era localizada em um vale de rifte, uma área considerada instável e propensa a atividade sísmica. O geofísico Amos Nur, pesquisador da Universidade de Stanford, a descrição bíblica da tomada da cidade é compatível com os terremotos registrados na região.
“Esta combinação, a destruição de Jericó e a interrupção do Jordão, é tão típica de terremotos nesta região que resta pouca dúvida sobre a realidade de tais eventos no tempo de Josué”, afirmou, em entrevista ao jornal The New York Times.
Sobre Sodoma e Gomorra, a destruição da cidade com fogo vindo do céu pode também ter sido causada por um terremoto. O antropólogo forense Mike Finnegan descobriu na região restos de homens da Idade do Bronze que morreram por esmagamento, indicando atividade sísmica bem perto do tempo em que a história bíblica teria acontecido.
O tremor poderia ter colocado pressão sobre depósitos subterrâneos de asfalto, que por sua vez poderia ter sido expelido com muita força, já inflamado por incêndios na superfície, atingindo a cidade como uma grossa chuva de fogo.
Essa teoria foi colocada à prova nos laboratórios de centrífuga da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, em escala, onde foi provado que um terremoto suficientemente grande naquela região poderia fazer com que o próprio chão sob as cidades se desmanchasse e as levasse para o fundo do mar.

Jesus sobre as águas

A explicação encontrada pela ciência, considerando a região onde os fatos narrados aconteceram, é bastante simples: congelamento da água.
Um estudo realizado por uma equipe de cientistas americanos e israelenses chegou à conclusão de que as nascentes salgadas perto da região apontada como o local como onde aconteceu o “evento dos pães e dos peixes”, que precedeu a caminhada sobre as águas, somadas a períodos de frio que duravam muitos anos formariam as condições perfeitas para criar “nascentes congeladas”, que seriam pedaços de gelo logo abaixo da superfície do mar da Galiléia, quase invisíveis para alguém observando de longe.
Doron Nof, professor de oceanografia física na Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, classifica as chances de haver tais camadas de gelo sobre a água no período da história bíblica como “muito, muito altas”.

Ressuscitação

A ressurreição de três pessoas através de ordens de Jesus é vista pelos pesquisadores como uma coincidência ligada ao baixo conhecimento médico da época, que levava as pessoas a declararem outras como mortas de forma precoce.
Como parâmetro, os pesquisadores apontam o livro escrito pelo empresário inglês William Tebb no início do século XX, em que ele listou 219 casos de pessoas que escaparam por pouco de serem enterradas vivas, 149 casos de enterros prematuros reais, 10 casos em que os corpos foram dissecados antes da morte por acidente e dois casos em que o embalsamamento foi iniciado em pessoas vivas. Tudo porque acreditava-se que estavam mortos.
O mesmo caso foi registrado há poucos meses, quando um queniano que engoliu inseticida e passou mal a ponto de ficar como morto, acordou no necrotério 15 horas depois de ter sido examinado e considerado sem vida.

Dez pragas do Egito

Diversos cientistas consideram que as dez pragas seriam a combinação de diversos desastres ambientais. Um estudo feito por climatologistas na composição de estalagmites em cavernas egípcias levou à conclusão de que o faraó Ramsés II governou o Egito durante um período em que o clima era quente e úmido, mas que sofreu uma mudança drástica, tornando-se seco e ainda mais quente, causando a redução do volume de água do rio Nilo e o surgimento de uma bactéria de água doce, que deixa as águas vermelhas.
Como consequência, os sapos migraram da região, proporcionando um aumento da população de insetos, que são transportadores de doenças, o que fez com que todo o gado ficasse sarnento e fraco.
Sobre as pragas seis, sete, oito e nove, os pesquisadores acreditam que elas foram proporcionadas por “uma das maiores erupções vulcânicas da história humana”, quando a mais de 600 quilômetros do Egito, na ilha grega de Santorini, o vulcão Thera teria vomitado bilhões de toneladas de cinzas no céu.
Nadine von Blohm, uma física atmosférica, afirma que as cinzas vulcânicas combinadas com trovoadas poderiam ter causado terríveis tempestades de granizo, enquanto que o biólogo Siro Trevisanato diz que essa maior umidade teria proporcionado um aumento exponencial na população de gafanhotos, e os milhares de milhões de toneladas de cinzas seriam os responsáveis pelas trevas.
A décima e última praga teria sido resultado de todas as anteriores, pois tantas circunstâncias teriam contaminado os alimentos, e estes seriam servidos, por questões culturais da época, primeiro aos filhos mais velhos, os primogênitos, que terminavam morrendo por ingestão dos alimentos envenenados.

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