Pr. Elias Rébuli.
A Páscoa foi instituída na
noite em que ocorreu o Êxodo do Egito. A primeira Páscoa (isto é, com um novo
significado) foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abibe;
aproximadamente no ano de 1445 a.C. Dali em diante deveria ser celebrada
anualmente (Êx 12.14, 17-24).
Cada família devia escolher um cordeiro ou
cabrito sem defeito, sem mácula, com a idade de «um ano». Tinha que ser o
melhor cordeiro ou cabrito; o animal escolhido não podia ter defeitos.
O
CORDEIRO
O fato de ter «um ano» de
idade era requerido, tendo em vista a sua inocência, não podia ser um animal de
qualquer idade (Êx 12.5). O cordeiro era levado para dentro de casa no dia 10
de Abibe, e mantido ali até o dia 14 do mesmo mês. Período, durante o qual era
observado pela família que iria sacrificá-lo, caso não possuísse algum defeito
o animal era então sacrificado (Êx 12.3, 6). Além de uma escolha cuidadosa do
animalzinho no campo, o tal ainda era tomado da sua mãe e, levado pela família
que iria sacrificá-lo, para confirmar a sua escolha; não podia haver erro ou
engano na escolha. –
O cordeiro (ou cabrito) após
ser imolado o seu sangue (não podia ser desperdiçado, tinha grande valor e
significado para os israelitas) era aspergido com um molho de hissopo nas
ombreiras (partes verticais da porta) e na verga da porta (parte horizontal
sobre as ombreiras) da casa em que comeriam o cordeiro (Êx 12.7, 22).
Observa-se; que o sangue não poderia ser aplicado em mais nenhum outro lugar,
nem na soleira da porta, onde poderia ser pisado.
O sangue nas ombreiras e na
verga da porta era o sinal que identificava a casa dos hebreus dos egípcios.
Pois, o Senhor Yahweh havia falado a Moisés, seu servo em Êxodo 12.12, 13; «E
eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra
do Egito, desde os homens até os animais; e sobre todos os deuses do Egito
farei juízos. Eu sou Yahweh. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em
que estiverdes: vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre
vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito».
À morte dos primogênitos era
um desafio consumado em juízo sobre os falsos deuses egípcios. Porque quase
todos os deuses do Egito eram semelhantes a algum animal, com feições humanas.
Logo, a morte do primogênito de cada tipo de animal mostraria a falibilidade e
a impotência das divindades pagãs que haveriam de protegê-los.
O cordeiro (ou cabrito) era abatido, esfolado
(isto é, tirava-se a pele), suas partes internas eram tiradas e assim eram
limpas e depois recolocadas no lugar, daí então era assado inteiro, com a
cabeça, as pernas e a fressura (Êx 12.9). O animal tinha que estar bem assado,
nada cru, e sem que lhe quebrasse nenhum osso (Êx 12.46; Núm 9.12). Após a
carne ser assada no fogo, era comida pela família com pães asmos e ervas
amargas (alfaces bravas etc.), Êxodo 12.8. –
ERVAS
AMARGAS
As ervas amargas simbolizam
todo o sofrimento de Cristo, desde sua prisão até o Calvário.
PÃO
ASMOS (Pão sem fermento)
A ausência de fermento
indica a pureza da santidade cristã em comparação com o mundo perdido ao nosso
redor
A
Páscoa realizada no Egito, a cabeça da família foi o responsável para abater o
cordeiro (ou cabrito) em cada casa, e todos deviam permanecer dentro da casa até
o amanhecer para que não fossem mortos pelo anjo da punição e da destruição (Êx
12.22, 23).
Os participantes comeram em pé, e com os lombos cingidos
(vestidos), com o cajado na mão, com as sandálias nos pés, e que comessem
apressadamente para que estivessem prontos para uma longa jornada. À meia-noite
(como Deus havia dito a Moisés), todos os primogênitos dos egípcios foram
mortos, mas o anjo passou por alto as casas em que o sangue havia sido
aspergido (Êx 12.11, 23).
Cada
família tinha que tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e
sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 de Abibe; famílias menores podiam repartir
um único cordeiro entre si (Êx 12.3-6). O sangue do cordeiro sacrificado devia
ser aspergido nas duas ombreiras e na verga da porta de suas casas. Quando o
Anjo passasse, passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido
sobre elas (daí o termo Páscoa, do hebraico pesah, que significa «pular além da
marca», «passar por cima», dando a idéia de poupar, de proteger (Êx 12.13)).
Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da
condenação à morte executada contra os primogênitos egípcios. Yahweh ordenou o
sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os
israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da
obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do «Cordeiro
de Deus», que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Êx 12; João 1.29).
Naquela noite específica, os israelitas deviam
estar vestidos e preparados para viajar (Êx 12.11). A ordem recebida era assar
o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermentos. Ao
anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir
apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que
deixassem o país. No dia 15 de Abibe (mais tarde chamado Nisã) os filhos de
Israel deixaram a terra do Egito, em cerca de 1445 a.C. (há muitas especulações
sobre a data exata em que ocorreu o Êxodo, no entanto, esta parece ser a mais
provável). Observamos que tudo aconteceu conforme Yahweh dissera (Êx 12.29-36).
A
Ceia Pascal devia ser comida pelos membros de cada família. Se a família fosse
pequena demais para comer o cordeiro, chamavam-se os seus vizinhos mais
próximos até que houvesse número suficiente para comer o cordeiro todo naquela
noite (Êx 12.4, 8). Quaisquer sobras de carne deviam ser queimadas antes do
amanhecer (Êx 12.10).
A
História Pagã do coelho da Páscoa e os ovos
A figura do coelho está
simbolicamente relacionada à esta data comemorativa, pois este animal
representa a fertilidade. O coelho se reproduz rapidamente e em grandes
quantidades.
Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de
preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice
de mortalidade era altíssimo. No
Egito Antigo, por exemplo, o coelho
representava o nascimento e a esperança de novas vidas.
NOTA: Para os Judeus o coelho era considerado um
animal imundo.
NO
NOVO TESTAMENTO
A última refeição do Senhor
com os discípulos, pouco antes da cruz foi por ocasião da páscoa (Lc.
22.1,7,14-16).
No NT Cristo instituiu a
Santa Ceia, onde comemoramos a sua morte, identificando-nos com Ele (I Co.
11.26). Em Cristo a Antiga Aliança é abolida e a humanidade é introduzida pela
fé numa melhor esperança
No Novo Testamento, lemos: “limpai-vos
do fermento velho (pecado), para que sejais uma nova massa (nova criatura, II
Corintios 5:17), assim como estais sem fermento. PORQUE – CRISTO NOSSA PÁSCOA,
FOI SACRIFICADO POR NÓS
Cristo nos tirou das trevas
do pecado; Cristo nos tirou do reino de Satanás (“Faraó velho”) e nos levou ao
Reino da Luz.
EM
MEMÓRIA DE MIM
Sentado com os seus discípulos
para observar a celebração anual da Páscoa de Israel em Jerusalém pela última
vez, Jesus lhes pediu que fizessem o memorial da sua morte e de seu amor para
com eles, dando-lhes instruções específicas para isso.
O apóstolo Paulo,
escrevendo aos seus irmãos de Corinto, transmitiu estas instruções: “Porque eu
recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que
foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei;
isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo testamento [nova aliança – NVI] no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que beberdes, em memória de mim.” - 1 Coríntios 11:23-25
A expressão “fazei isto,… em
memória de mim” significa que a cerimônia celebrada por Jesus naquele momento
era a introdução junto aos seus discípulos, de uma celebração que substituiria
a Páscoa de Israel, que estava prestes a tornar-se obsoleta naquele mesmo dia na
cruz no Calvário, quando Ele daria a sua própria vida.
Continuando em sua
epístola ou carta aos irmãos de Corinto, Paulo afirma claramente o propósito e
a função do novo memorial do Senhor. Ele escreve: “Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que
venha.” - 1 Coríntios 11:26
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