A abertura de igrejas neopentecostais é tida como uma oportunidade de
negócios. Se não pela maioria das pessoas, pelo menos na visão de um
homem que fez um anúncio classificado procurando um sócio para sua
empreitada.
O jornal O Globo fez uma matéria sobre o caso, e ligou para o
“empreendedor” que se identifica como Francisco e surpreende pela
objetividade e frieza com que trata o tema.
“Eu não sei qual é o seu objetivo.
O meu eu sei. É espiritual e
financeiro. Sou bastante objetivo nos meus negócios”, diz o homem, que
enxerga a possibilidade de ganhar dinheiro
ilimitado se forem aplicadas técnicas de hipnose durante os cultos:
“Não tem limite. É muita grana. Dois milhões. Dez milhões. Ou até mais. O
negócio é um rio correndo para o mar”.
Para o tal Francisco, a ideia é ganhar
dinheiro, e não discutir questões como liturgia ou princípios cristãos.
No diálogo gravado pelo repórter, o homem deixa claro que a intenção é
obter lucro rápido, e sugere que a parceria foque em abrir um templo num
salão alugado, com poucas cadeiras, e ir aumentando a capacidade
conforme a demanda.
“As igrejas não estão procurando pastores. Eles querem um sujeito que
tenha noção de hipnose. Que é uma coisa muito mais rápida. Você vai
chegar numa sessão, vai hipnotizar o povo. A pessoa vai ficar
hipnotizada. Vai te dar 10% hoje. Amanhã da mais 10% e conta o milagre
para os outros”, resume.
O tom aplicado pelo jornalista Jailton de Carvalho na matéria
publicada pelo O Globo demonstra certo descaso pela questão, pois
refere-se a Francisco como um “candidato a pastor”, e dá a entender que a
“igreja-empreendimento” pode seguir o exemplo “de muitas outras por
aí”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário